terça-feira, 8 de março de 2016

Home (Short Film) - 1998


Sinopse: Seguindo o mesmo rastro de sangue deixado pelo visceral "Cutting Moments", Douglas Buck retorna um ano depois com o seu mais novo curta HOME, que narra a triste história de um homem (Gary Betsworth) com sérios problemas emocionais e sua família. Produzido pela A Voice in the Head Production.

A trilogia de Douglas Buck, mesmo não sendo baseada em fatos reais, retrata muito bem a triste realidade de muitas famílias desestruturadas. Você já parou para imaginar quantas tragédias familiares acontecem todos os dias ao redor do mundo? Esse tipo de coisa vemos todos os dias em programas polícias, onde por alguma razão, toda uma família é brutalmente assassinada por alguém de dentro da própria casa. Geralmente, o pai é o principal suspeito do crime, crime que por muitas vezes, parece não ter nenhuma explicação lógica. Por que esse tipo de coisa acontece? O que leva uma família inteira ser massacrada por alguém, cujo papel é estabelecer paz e felicidade para o lar? Por que algumas família felizes são protagonista de crimes tão terríveis e históricos? Essa trilogia de curta metragens trata exatamente deste assunto, através de três histórias envolvendo tragédias familiares.



Cutting Moments é de longe o mais aclamado e visceral curta metragem da trilogia, seguido pelo angustiante HOME e o terceiro não menos importante  "Prologue" (O único dos três que eu não assisti até agora). Vale ressaltar que A Trilogy of America já recebeu inúmeros elogios de diretores famosos, tais como Davis Mitch de Subconscious Cruelty e Gaspar Noé de irréversible (2002).

Pouco sei sobre HOME, pois o meu inglês não é muito influente e a cópia que adquiri não possui legendas. Mas basicamente, o filme conta a história de Gary (Gary Betsworth), um homem perturbado com traumas de infância que marcaram toda a sua vida miserável. O curta trabalha contando a história de duas formas, tanto no presente como no passado por meio de flashback, mostrando fragmentos da infância perturbada do protagonista da história.


Gary não lembra da sua infância com muito amor. amor? que amor? Seu pai era um homem perverso e dominador, um homem com sérios problemas mentais que não média esforços para atormentar a vida de seu filho e de sua esposa, esposa que morre de medo até mesmo da respiração do seu "marido". Alguns fragmentos de lembranças do pobre Gary são mostrado em cena. Certa vez, ele estava ensaiando com sua flauta junto com a sua turma na escola. Mas, ao tentar ensaiar no meio da noite em sua casa, o seu pai silenciosamente entra em seu quarto, tomar o seu instrumento musical de suas mãos e o quebra ao meio sem dizer uma só palavra. O filme também contém uma narração do protagonista principal, mas como o meu inglês é pobre, eu não consigo entender tudo perfeitamente... 


Uma das cenas mais angustiante do curta, é mostrada por meio de um flashback. Gary inocentemente acorda no meio da noite, vai até o quarto de seus pais e olha através da porta semi-aberta. O menino se depara com a sua mãe de joelhos no chão sem roupa, enquanto que o seu pai agride ela com palavras em um jogo de tortura psicológica. Seria algum tipo de humilhação, punição ou algum tipo de sadismo sexual? Não sabemos ao certo, pois a cena corta e mostra o garoto já em sua fase adulta. 

Já na fase adulta, Gary conhece Helena, com quem se casar e tem uma filha. Ele mantém a sua família,  onde todos são religiosos devido a forte influência de Gary. As marcas deixadas no psicológico do protagonista são bem visíveis, toda vez que ele fica nervoso ou se sente culpado por alguma coisa, Gary punir o seu antebraço chicoteando a si mesmo, algo que ele vem fazendo desde sua infância. O final deste curta não podia ser outro, o espectador é testemunha da destruição de uma família por causa do círculo vicioso, já que desde pequeno, Gary se espelhava em seu pai, mesmo não entendendo ao certo o quão terrível era a sua influência paterna. 


Finalizando, HOME é um angustiante drama familiar de 28 minutos de duração, seguindo o mesmo rastro de destruição deixado por Cutting Moments em 1997. Como eu disse antes, eu não assisti "ainda" o curta PROLOGUE, mas, ele possui o seu potencial, apesar de ficar em terceiro lugar entre os três. O diretor Douglas Buck sabe exatamente como chocar o seu público com um enredo tão simples. mesmo que HOME não seja pior que August Underground, A Serbian Film, Niku Daruma ou The Butcher, ele é um curta poderoso, seguindo um drama familiar que também vemos em The Woman ou até mesmo em Happiness.

Eu Recomendo Family Portraits: A Trilogy of America, principalmente para quem é expert no inglês, que não é o meu caso...